Aprenda a Tocar Chalana

Considerada um clássico da música sertaneja, Chalana se tornou um sucesso nacional na voz de Almir Sater na década de 1990. Mas, sua composição foi muito antes disso, no período da Segunda Guerra Mundial, composta pelo acordeonista Mário Zan. Portanto, apenda a tocar Chalana e saiba mais sobre a história e o autor dessa grande canção. Confira!

 

Aprenda a Tocar Chalana

 

 

A História da Música Chalana

 

A música Chalana é de autoria do acordeonista Mário João Zandomenighi ou simplesmente Mário Zan, e Arlindo Pinto. Foi composta por volta de 1943-44, durante a Segunda Guerra Mundial, em uma viagem a Corumbá – Mato Grosso do Sul, para uma série de shows nos cinemas da cidade após a sessão de filmes.

Mário Zan hospedou-se em um hotel da cidade com uma bela visão da curva do rio Paraguai e durante aquela viagem conheceu uma moça com quem namorou.

A letra Chalana conta o fim do caso, quando a moça vai embora rio acima sem se despedir, narrando o acontecimento que avistou da janela do hotel que ao mesmo tempo o entristeceu e o inspirou na composição da música.

 

 

como tocar chalana
Fonte: Da Redação em 09 de Agosto de 2014

 

Chalana; uma palavra espanhola influenciada em Corumbá da vizinhança com o Paraguai e Bolívia; referia-se a uma tábua cerrada para diferenciar da canoa ou piroga que era feita de um único tronco de uma árvore.

Mário gostou do nome chalana e denominou assim a embarcação que levou seu amor embora. E hoje, talvez até pela influência da música, chama-se de chalana qualquer embarcação de madeira até certo porte, usados por pescadores e para vários tipos de transportes.

E apesar de toda a desilusão amorosa do autor, Chalana é considerada por muitos como símbolo do Pantanal. Almir Sater, interprete de sucesso da música, denomina “Chalana” como a primeira fusão da música brasileira com a música paraguaia, uma síntese histórica. Já na definição da folclorista e apresentadora de rádio e televisão Inezita Barroso (1925- 2015) “Chalana” é a música que simboliza o Pantanal.

 

 

 

Quem era Mário Zan?

 

Mário João Zandomenegh veio da Itália com 4 anos de idade com a família para o Brasil. Apaixonado pela música, aos 10 anos Mário já tocava acordeon. Aos 13 tornou-se solista do instrumento, tocando em bailes, festas e eventos, sendo apelidado de “O Moleque da Sanfona”.

Com o passar do tempo foi sendo convidado para participar de grandes orquestras de bailes e shows. Em 1939, começou a fazer apresentações em rádios de São Paulo: Rádio Cruzeiro do Sul; onde iniciou; rádio Record, Tupi e Bandeirantes, na qual ficou 33 anos.

como tocar chalanaNo início da década de 1940 foi para o Rio de Janeiro para conhecer Luiz Gonzaga, que o considerava o verdadeiro “rei da sanfona”. Gonzaga convenceu Mário a ficar no Rio e conseguiu que tocasse no Sambadancing, uma casa noturna.

Em 1944, retornou para São Paulo e começou a viajar, excursionando com Nhô Pai, Nhô Fio e Capitão Furtado, apresentando-se em todos os cinemas da empresa Pedutti, chegando até o Mato Grosso.

Em Mato Grosso fez uma série de composições inspiradas no cenário natural da região: “Chalana”, “Orgulhoso” e “Siriema“. Fez as primeiras gravações na Continental, com a “Valsa dos namorados” e “El Choclo”, na qual fez uma inovação musical, o tango brejeiro.

Em 1946, foi para a RCA, onde gravou cerca de 300 discos de 78 rpm. Continuou fazendo excursões e se tornou um solista conhecido e famoso em todo o Brasil. Em suas viagens costumava levar discos que eram vendidos, sorteados e presenteados nos shows.

Em 1954, compôs em parceria com J. M. Alves o dobrado “Quarto Centenário”, para homenagear os 400 anos da fundação da Cidade de São Paulo e venceu o concurso municipal. O dobrado se destacou e se transformou no hino da Cidade de são Paulo. O disco, também em 78 RPM, vendeu 1 milhão de cópias em poucos meses.

Em 1958, fez grande sucesso com o rasqueado “Nova flor”, também conhecido como “Los Hombres no Deben Llorar” na letra versada para o espanhol por Pepe Ávila, posteriormente vertido para o inglês, tendo sido gravado por Frank Sinatra e com mais de 40 regravações em todo o mundo. Inaugurou as TVs Record e Globo, antiga paulista.

Em 1960, participou do filme “Tristeza do jeca”, de Milton Amaral. Em 1963, participou do filme “Casinha Pequenina”, de Glauco Mirko Laurelli. Em 1998, comandou o programa “Mário Zan e seus convidados”, na TV Rede Vida.

Teve aproximadamente 1.000 músicas gravadas e mais de 70 LPs lançados, com cerca de 36 músicas gravadas por cantores de outros países. Em 2002, foi tema do enredo da escola de samba Rosas de Ouro.

Em 2004, sua composição “Festa na Roça”, parceria com Palmeira, foi apontada numa pesquisa realizada  pela ECAD como uma das mais tocadas nas festas juninas e julinas pelo Brasil. Também no mesmo ano, foi homenageado pela prefeitura de São Paulo por ocasião dos festejos dos 450 anos da cidade e homenagem dos governos do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pela autoria do rasqueado “Chalana”.

Morador do centro de São Paulo, reunia-se diariamente com músicos frequentadores da região. Permaneceu atuante até o fim da vida, em 2006, quando aos 86 anos, Mário João Zandomeneghi veio a falecer.

Em novembro de 2007, o programa “Viola, Minha Viola” apresentou edição especial em sua homenagem, relembrando sua obra. Nesse mesmo ano, foi lançado um DVD sobre sua vida e obra, a partir da participação dele no programa “Ensaio”, na TV Cultura.

Em 2017, teve sua composição “Chalana”, considerada clássica, incluída no repertório da peça teatral “Bem sertanejo – O Musical”, estrelada por Michel Teló e dirigida por Gustavo Gasparani.

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