“Viola, Minha Viola”

Todos nós assistimos televisão, não é mesmo? E com certeza, mesmo que você não tenha assistido a esse programa, já trocou os canais algumas vezes e viu que estava sendo transmitido o programa “Viola, Minha Viola”, que fala muito sobre a vida caipira, banda, grupos e de muitas pessoas famosa no meio violeiro.

Aposto que você ficou curioso agora, não é mesmo? Se você não sabe como é interessante essa história, tenho certeza de que vai gostar desse artigo, então, boa leitura!

A História do Programa “Viola, Minha Viola”

O programa “Viola, Minha Viola” já é apresentado desde 25 de maio de 1980, sendo um dos programas mais tradicionais de música caipira na televisão brasileira. Os primeiros apresentadores eram Moraes Sarmento e Nonô Basílio, depois Sarmento fez parceria com Inezita Barroso, e então após a morte de Sarmento em meados da década 1990, continuou apenas com Inezita.

viola, minha viola programaApós a morte de Inezita (devido a um problema respiratório), o programa exibia reprises antigas. O ator Lima Duarte foi convidado como novo apresentador do programa em julho de 2015, e anunciaram que Lima só assumiria esse cargo em 2016, o que de fato, infelizmente, nunca aconteceu. Porém, em 2017 o programa volta a fazer o “Viola” agora como um programa especial homenageando os nomes da música sertaneja com apresentação da cantora e compositora Adriana Farias.

 

viola, minha viola programaConsiderado o programa musical brasileiro mais antigo da televisão no contexto audiovisual, em 2014 o programa da TV Cultura completou 30 anos de transmissão ininterruptos. É também a principal fonte de registro da música caipira e sua evolução, tornando-se assim, um templo de resistência e audiência.

“Viola, Minha Viola” conta com mais de 1.500 programas gravados, registrando a enormidade de grupos folclóricos existentes no país: Folias de Reis, Reisados, Batuques, Catiras, Cururu, Repentes e tantos outros.

O sucesso desse programa está ligado à cultura do homem do campo, uma vez que a formação do povo brasileiro resulta da mistura de brancos, negros, índios, entre outros que, promovem manifestações distintas não só na música, mas também na religião, culinária dentre tantas outras faces da cultura.

E para entender sobre como surgiu o programa “Viola, Minha Viola”, vamos precisar voltar um pouquinho no passado. Vamos lá?

Com essa mistura, tivemos vários novos ritmos como os cururus, cateretês, catiras, rasqueados, recortados, entre outros. Além dos noves tipos de afinações que foram trazidos junto com os portugueses e mais os 15 tipos de afinação que foi desenvolvido no Brasil.

As letras das músicas tratavam de várias coisas como a vida no campo, fatos heroicos, histórias de vida e de morte, amores e etc. Mas com o crescimento das grandes cidades e sua evidente oposição aos valores do campo, desenvolveram-se estigmas e preconceitos que relegaram a cultura caipira a um estado depreciativo.

No final da década de 60 o cenário musical que eclodiu ali, havia rotulado o caipira como “arte do atraso”, tanto que, em meados da década de 80 o gênero voltou modificado para rádios e televisões com elementos incorporados da música pop, instrumentos eletrônicos como teclados, bateria, sintetizadores, etc. Algumas duplas caipiras que foram forjadas do ritmo e temas tradicionais do campo aderiram ao novo modismo e mantiveram somente os cantos em terças em sua obra. Todo o restante foi incorporado de outras vertentes rítmicas.

 

Então, foi nesse clima e ambiente que, para tentar valorizar a cultura ausente nas principais rádios e televisões, porém com público ainda cativo, que surgiu o programa “Viola, Minha Viola”, em março de 1980, a partir daí o uso da viola voltou com forças renovadas em 1990, com vários programas de televisão em redes nacionais que surgiram para divulgar a música.

viola, minha viola programaAlém de surgir vários instrumentistas da música brasileira, que, vindos de outros segmentos da música, tomaram a viola e começaram a dar a ela um novo uso.

Isso fez com que a viola conquistasse seu espaço, como salas de concertos e teatro, tornando um instrumento de uso universal, conquistando novos públicos. E o programa Viola, Minha Viola, da TV Cultura, foi o espaço convergente desse grande movimento.

Especial 30 Anos 

Em 2010, o programa comemorou 30 anos no ar, com a presença de vários astros e estrelas da música caipira.

O programa de comemoração foi transmitido dia 27 de maio, na TV Cultura trazendo um especial gravado no Auditório Ibirapuera em São Paulo, que reuniu grandes nomes da música caipira, incluindo Daniel, Almir Sater, As Galvão, Liu & Léo, Pedro Bento & Zé da Estrada, Cezar & Paulinho, Craveiro e Cravinho e Zé Mulato e Cassiano.

 

Inezita se emocionou e recebeu artistas que fizeram parte da história do programa dizendo: “Esta é uma festa muito gostosa entre a nossa família”, para seu auditório repleto de fãs e um cenário minuciosamente montado, recheado de móbiles com violas, violões e contrabaixos.

Para relembrar suas diversas apresentações no programa “Viola, Minha Viola”, o primeiro a subir no palco foi Almir Sater dizendo: “Os bastidores do programa foram como uma escola para mim. Lá conheci muitos músicos e violeiros”.

viola, minha viola programaEm seguida, Inezita recebeu as duplas Liu & Léo, As Galvão, Pedro Bento & Zé da Estrada, Zé Mulato e Cassiano, Cezar & Paulinho que cantaram junto com outra dupla da família, Craveiro e Cravinho. Todos eles contando um pouco de suas histórias no programa, fazendo Inezita e seu público do auditório se emocionar.

E essa foi um pouco da história desse programa tão importante para a cultura brasileira, que mesmo nos seus altos e baixos se manteve de pé e prevalece até hoje, trazendo o conhecimento e histórias da viola caipira.

Veja também “A HISTÓRIA DE ALMIR SATER”.

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